sexta-feira, 30 de julho de 2010

A caminhada



Meus pés já estão cansados demais para caminhar,continuar não é a melhor escolha.Desde que dei o começo da caminhada,não imaginei que iria ser tão amedrontador .A cada passo que dou ,obstáculos aparecem para me derrubar a chão.Sujo meu rosto,olho para o longe e o infinito de baixo,e como que alguém me ajudasse a levantar,eu meu ergo e continuo e paro de mover os pés.Nesse mesmo ritmo durante todo o processo.

Tomara que tamanho esforço não seja em vão,pois a estrada não está lisa e os meus pés estão descalços,talvez seja a maior dor,não ter absolutamente nada para me proteger ,acolher ou calçar.Não entendo essa força que me impulsiona ,que me faz levantar e cair a cada obstáculo,caminhando e até correndo,vi que não teria mais força e me entreguei e mais uma vez ergui,só que desta vez não foram minhas pernas,foram os braços,uma pessoa de face afilada e delicada,olhos esperançosos e doces,corpo forte ,porém maleável.Me deliciei com a imagem e esqueci que estava ao chão,me levantei e ele sorriu,o mais perfeito deles,me ofereceu um de seus braços para que eu,nem ele que estava só,não caminhassem solitários.Então não estou e nem estarei mais cansada,pois o chão sumiu e todo caminho está como flutuar ao lado do mais belo príncipe
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sala de estar








-Abre a porta e entra

são essas palavras que estão presas na minha boca,por um segundo momentos em que não vivi com ele,me vêem a mente e a vontade de executá-los é imensa,outras na maioria das vezes,me acho tola,em querer um alguém que não sabe que eu o amo e que tenho a certeza que nunca vai me amar,pois ele tem uma que vai lhe dar amor.Se eu o tivesse nas minhas mãos e no meu peito ,iria dizer palavras doces,em que o mel iria esvaecer por toda sala de estar,uma sala que seria cenário de tanta lealdade e beijos.Hoje acordo para este mundo e vejo tantas pessoas a minha volta e só consigo enxergar uma,parecendo como se eu tivesse uma lente de aumento,em que só consigo lhe ver.

Peço-me que permita que tudo que sinto transfira para outro alguém,que eu retire essa lente de aumento que eu mesma criei,que eu me permita apenas permitir que a porta se abra e que eu não tenha a esperança que seja ele ,mas sim a permissão que eu mesma fiz ,que esteja entrando,que sente-se ,converse comigo,tenha lealdade e me beije na mesma sala que eu imaginei o outro,o outro que pretendo esquecer ,esquecer e apagar todas lembranças das conversas e abraços na mesma sala que nunca estive com ele,uma abstinência irreal.Agora me abro para o futuro e para a minha reservada permissão,vai ser a mesma que vai me lambuzar o mel que tanto eu nos meus sonhos imaginei.A porta está aberta e a permissão irá chegar,a esperança ainda não morreu.
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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Granizos e espinhos



Na chuva eu estaria

Na chuva eu te vi

Na chuva fomos felizes

Na chuva dançamos como no filme

No meu coração te carreguei e te carrego , hoje só vejo granizo e ninguém lá fora dançando e muito menos sendo feliz,o granizo machuca e muito,como os espinhos que são o que sobra de uma flor que são arrancadas todas as petálas,as petálas tinham aroma inigualável ,e os espinhos?só servem para machucar,e foi isto que houve,erámos felizes na chuva e tínhamos aroma de rosas,agora só sobram os granizos e os espinhos,que não servem para nada,só servem para nos guardar em casa e retirar o nosso sangue.O seu cheiro agora é de outra,um perfume que nunca foi meu,e o meu cheiro é de solidão ,de estar na janela vendo o granizo descer e o espinho gravado em meu dedo,tento arrancar de toda a forma ,mas não consigo e quando finalmente conseguir retirar os espinhos ,a minha pele começará a sangrar.Nessa agonia te vejo no outro lado,em uma outra janela a ver o granizo descer e não poder dançar,porém ao contrário de mim,já arrancaste os espinhos e já pusesse remédio nos ferimentos ,e o seu cheiro é o de quem está no seu lado na janela.
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terça-feira, 27 de julho de 2010

Acaso ou destino




Nada mais trará você aqui,nada mais vai sorrir pra mim.foi o acaso que me fez encontrar pela última vez com você.
O dia estava frio,como dias de inverno apavorantes,uma xícara de chá para melhorar,o resto entediante como sempre,a noite estava a chegar,a lua tímida e as estrelas escassas,do nada senti que escreveria alguma frase que me lembrasse ele,como acaso ou destino,não sei,os olhos e a boca apareceram a me chamar e me olhar com ternura ,não o olhar que eu desejava ,que era o do desejo,mas pelo menos não era com ódio,por fim veio o corpo,que ritmava com os sentidos,o tremor veio, as mãos suadas e a cabeça a mil.Vendo a imagem projectada em meus pensamentos do dia inteiro.O instante não durou mais de cinco minutos,que para mim foram uma eternidade.Minha noite já estava ganha ,ou não,por lembrar da projecção que eu nunca mais queria ver ou muito menos sentir.O que vem sendo os dois anos mais eternos de uma vida mortal.
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- O julgamento

Lamento as súplicas que não fiz,lamento pelos pesadelos em que não pude interferir ,despejo minhas lágrimas em mim,pois fora não consigo.vejo o que queria ver e acordo para olhar o infinito e não ver a reciprocidade do seu olhar.Penso em meu cálice profundo que o mundo está inverso aos meus dilemas e contradições,mas me engano em pensar que não exista pessoa semelhante a mim nesse planeta,mergulhada nas suas angústias ,arrependimentos ,desprezos.E olhando o mesmo infinito,vejo esse ser em um futuro muito próximo,rodiado de flores e trigo,de lágrimas e desconforto,em ver aquela que desprezou e não olhou.Agora estavam de frente a frente ,em um mesmo patamar,onde nenhum amava mais que o outro,onde arrependimentos eram os mesmos,onde cada um deveria ser julgado o quão foram infelizes de não tentar:No céu.

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