terça-feira, 8 de novembro de 2011

- Deixe entrar


Ela estava sentada,naquela poltrona surrada que tanto venera,com aquela velha taça de vinho que lhe acalma,com aquele aperto no peito que lhe persegue.Debruçada sobre suas pernas encolhidas,o efeito do álcool já começa a surgir,o choro vem e a alma derrete.Todas suas lembranças vem à tona,todos aqueles romances desastrados lhe deturpam o sono.
Bem,ela não é nenhuma doce mocinha, frágil e dependente, ela é decidida,carente,insatisfeita,desiludida,ciumenta.Ma ninguém é de ferro,que não chore porque aquele caso não deu certo,ou por está sozinha no sábado a noite,tomando seu vinho,sem ninguém,sem um beijo.Ela sofre em pensar em como deixou todos aqueles caras escaparem de suas mãos,aqueles que não ligavam se ela tinha tatuagens enormes ou cabelos emaranhados,se ela não tinha bons modos e não gostava de salto,pois é,ela deixou escapar,deixou fugir as meras chances de sair desses apertos no peito,frutos da solidão sem tamanho.
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