Ela o abandonou,deixou o pobre coitado sem um Adeus ou um até logo,na verdade foi o inverso,sua ida foi brusca e vazia,um vazio por ela não ter nenhuma razão de o deixar, sua ida foi sem explicação ou xingamentos,rompendo com qualquer promessa de amor eterno,apenas saiu,pegou suas malas e foi,não esperou ao menos a neve assentar, nem se quer olhou para trás,apenas desejou um trem que a levasse para bem longe,para a liberdade como costumava dizer.Foi seguindo pela trilha,sem peso nos olhos,sem culpa na mala,não levou dor,apenas queria pegar o trem e chegar em seu destino quando já estivesse outono,onde as folhas caem sem culpa de abandonar a árvore,que as segurou todo tempo,assim ela deitada sob as folhas secas,ficou imaginando a grande semelhança entre elas,em cair e ir embora,sem apegos,sem culpa,mas ela também percebeu que não terá mais ninguém para lhe sustentar todo o tempo,firme sem fraquejar,mesmo diante de fortes ventos e percebeu também que durante o cair das folhas ela também cairia e o vento talvez a levasse para um lugar que não quisesse,pedindo para voltar para a neve,pedindo para voltar para ele.
